
5 Erros Fatais em Contratos Imobiliários que Podem Custar seu Patrimônio
A compra de um imóvel é um dos investimentos mais importantes na vida da maioria das pessoas. No entanto, erros aparentemente simples em contratos imobiliários podem transformar o sonho da casa própria em um verdadeiro pesadelo jurídico e financeiro.
Ao longo de mais de 15 anos assessorando clientes em transações imobiliárias, identificamos padrões recorrentes de erros que frequentemente levam a disputas judiciais, prejuízos financeiros e até mesmo à perda do imóvel. Neste artigo, compartilhamos os cinco erros mais graves e como evitá-los.
1. Descrição imprecisa ou incompleta do imóvel
Um dos erros mais comuns e potencialmente devastadores é a descrição inadequada do imóvel no contrato. Muitas pessoas acreditam que basta mencionar o endereço, mas isso está longe de ser suficiente.
O problema: Sem uma descrição precisa, você pode acabar comprando algo diferente do que esperava. Casos de imóveis com metragem menor que a anunciada, áreas comuns não incluídas ou até mesmo unidades completamente diferentes não são raros.
Como evitar: O contrato deve incluir:
- Número da matrícula e cartório de registro
- Metragem exata (área privativa e área total)
- Confrontações (limites do imóvel)
- Detalhamento de vagas de garagem, depósitos e outras áreas acessórias
- Referência à planta do imóvel, que deve ser anexada ao contrato
Caso real:
Um cliente adquiriu um apartamento descrito apenas pelo número da unidade e endereço. Após a compra, descobriu que a vaga de garagem que utilizava há meses durante as visitas não estava incluída na negociação, pois pertencia a outra matrícula. O custo adicional para adquirir a vaga posteriormente foi de R$ 50.000,00.
2. Ausência de cláusulas sobre ônus e pendências do imóvel
Muitos compradores descobrem, após a assinatura do contrato, que o imóvel possui dívidas, penhoras, hipotecas ou outras restrições que impedem a transferência da propriedade.
O problema: Você pode acabar pagando por um imóvel que nunca conseguirá registrar em seu nome, ou herdar dívidas do antigo proprietário que superam o valor do próprio bem.
Como evitar:
- Inclua cláusulas que garantam que o imóvel está livre de quaisquer ônus, dívidas ou restrições
- Exija certidões negativas atualizadas (IPTU, condomínio, cartório de registro de imóveis, distribuidores cíveis)
- Estabeleça responsabilidade expressa do vendedor por eventuais dívidas anteriores à venda
- Preveja retenção de parte do valor até a confirmação da inexistência de pendências
3. Condições de pagamento ambíguas ou mal estruturadas
A falta de clareza sobre como, quando e sob quais condições os pagamentos devem ser realizados é fonte constante de litígios.
O problema: Disputas sobre valores, datas de vencimento, índices de correção e consequências de atrasos podem levar à rescisão do contrato ou a processos judiciais desgastantes.
Como evitar:
- Detalhe precisamente cada parcela, com valores e datas de vencimento
- Especifique o índice de correção monetária e a periodicidade de aplicação
- Defina claramente as penalidades por atraso (juros, multa e consequências)
- Estabeleça condições para liberação de valores em caso de financiamento bancário ou recursos de FGTS
- Preveja garantias para ambas as partes em caso de inadimplemento
Alerta importante:
Nunca assine um contrato que contenha "valores a definir" ou "conforme combinado entre as partes". Todas as condições financeiras devem estar expressamente detalhadas no documento.
4. Falta de cláusulas sobre a entrega e condições do imóvel
Especialmente em imóveis na planta ou que passarão por reformas, a ausência de especificações claras sobre prazos de entrega e condições do imóvel é extremamente problemática.
O problema: Atrasos na entrega, diferenças entre o prometido e o entregue, e divergências sobre o estado de conservação do imóvel podem gerar prejuízos significativos.
Como evitar:
- Estabeleça data precisa para entrega, com penalidades em caso de atraso
- Detalhe as condições em que o imóvel será entregue (acabamentos, instalações, equipamentos)
- Inclua cláusula de vistoria prévia à entrega, com documentação das condições do imóvel
- Preveja prazo para comunicação de vícios ocultos após a entrega
- Especifique responsabilidades por reparos necessários
5. Omissão sobre a documentação necessária para transferência
Muitos contratos não especificam quais documentos serão necessários para a efetiva transferência da propriedade, nem quem será responsável por providenciá-los.
O problema: A transferência pode ficar travada por falta de documentos, gerando insegurança jurídica para ambas as partes e potenciais disputas sobre responsabilidades e custos.
Como evitar:
- Liste todos os documentos necessários para a transferência (escritura, ITBI, certidões, etc.)
- Defina claramente quem será responsável por obter cada documento
- Estabeleça quem arcará com os custos de cada etapa do processo
- Preveja prazos para a apresentação dos documentos e para a efetivação da transferência
- Inclua consequências para o descumprimento dessas obrigações
Dica profissional:
Mesmo em transações entre amigos ou familiares, nunca dispense a formalização adequada do contrato. Relações pessoais podem mudar, e um contrato bem elaborado protege todas as partes envolvidas.
Conclusão: Invista em segurança jurídica
O custo de uma assessoria jurídica especializada na elaboração ou revisão de um contrato imobiliário é insignificante quando comparado aos potenciais prejuízos decorrentes desses erros. Lembre-se: um bom contrato protege ambas as partes e previne litígios, não os cria.
Na Nicholas Advocacia, oferecemos serviços especializados de elaboração e revisão de contratos imobiliários, garantindo que todas as cláusulas essenciais estejam presentes e que seus interesses sejam devidamente protegidos.
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Nossa equipe de especialistas está pronta para elaborar ou revisar seu contrato, garantindo a segurança jurídica da sua transação imobiliária.
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